Ando pensando nas coisas ultimamente. Quase sempre nas coisas entre a gente, especialmente quando penso em mim.
Nós demoramos a perceber quando estamos saindo do trilho, né? Às vezes os trilhos é que nos engataram em caminhos cada vez mais afastados, e a gente só se dá conta quando o último lenço caiu no chão.
Tive um sonho louco esses dias, desses que o manicômio do meu inconsciente pare noite sim noite não, e a primeira coisa que quis foi te perguntar se eu já sonhei antes. Assim, logo que se acorda e o mundo ainda não chegou nos pés.
Aí Hito me disse, com sua voz sóbria, "Tu sabe que ninguém se interessa nisso".
E eu concordei.
Já vivi sem prestar essa atenção, mas as coisas sempre mudam, por isso tenho que pensar às vezes.
Às vezes quero perguntar o que você acha disso, mas na verdade, faz muito sentido que não tenhamos mais espaço pra nós, que não nos encaixemos mais, apesar dessa brecha de volume incômodo que aperta o resto em direções estranhas.
Poucas coisas hoje fazem tanto sentido.
Não quero mais contar meus sonhos. Nem minhas músicas, ou minhas feridas.
Talvez assim algum dia eu tenha o suficiente pra me preencher por inteiro de novo, até transbordar, como sempre fui.