Às vezes eu acho que sou uma daquelas personagens aparentemente supérfluas - que andam usando muito em dramas modernos - que passam a maior parte do tempo em silêncio ou falando coisas desimportantes diárias, e que lutam sempre com alguma tragédia feita de milhões de problemas minúsculos e inescrutávéis até o fim do filme, quando, geralmente, nada se resolve.
21 novembro, 2015
12 novembro, 2015
O canto dos ratos
Como já deve ter sido aprendido até agora, tudo na vida é coberto de pequenas metáforas, frequentemente idiossincráticas, sobre todas as coisas, mais frequentemente ainda sobre as que já sabemos.
A partir da discussão das cores (sobre sua real inexistência em matéria e a relatividade do espectro por ponto de vista) pode-se chegar em todas as outras questões enlouquecedoras a respeito da existência em si. Especialmente o lugar do ser humano nisso tudo.
O fato é que nós, praticamente todo tempo da nossa existência e com uma persistência admirável em ignorar os fatos, acreditamos que somos a chave de tudo. Que somos a imprescindível (e única) forma de vida inteligente, e por isso somos a medida de tudo que existe.
Aí entra um fato dos mais interessantes, tendo seu mais citado exemplo nos cães: assim como há o daltonismo parcial dos caninos comparado à visão humana, há, por sua vez, certos sons que eles enlouquecem a respeito e que são inaudíveis para nós e que, me atrevo a dizer, jamais conheceremos, mesmo os mais sensíveis.
Uma coisa simples, dados velhos. Mas, logo, se até neste encontro corriqueiro entre o homem e seu melhor amigo existem tantas discordâncias sobre a existência, que dirá o homem, em sua prepotência, de todas as coisas que ele não pode saber?
Eu soube um dia desses que os ratos cantam tanto quanto os pássaros. E a maravilha dessa descoberta me pegou desprevenida.
"Há muito mais entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia", e quem disse isso sabia do que estava falando.
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